sexta-feira, 21 de dezembro de 2012
quinta-feira, 13 de dezembro de 2012
terça-feira, 11 de dezembro de 2012
É a agricultura, estúpido!
por José Martino, Publicado em 14 de Março de 2011
Não precisamos quem nos dê lições de senso comum, mas de quem nos possa apoiar divulgando as estratégias ajustadas para fazer crescer e desenvolver a economia e as agriculturas de Portugal
Um articulista conhecido mais pelas suas opiniões e dissertações sobre a economia vista do ângulo financeiro, resolveu descer à economia real. Devo dizer que como agente com interesses no negócio da agricultura fiquei radiante.
O que leva um opinion maker, com coluna em jornais e revistas de prestígio e programa de televisão, a meter os pés e as mãos na terra? Só me ocorre uma resposta: a agricultura está na moda.
Infelizmente, está na moda. Porque, quando a casa ameaça vir abaixo, temos de nos voltar para as coisas mais simples da vida, regressar ao quintal, à terra, ao back to basics. Pode parecer provinciano, mas é esta a realidade que se nos oferece e se oferece ao país quando os responsáveis políticos e os líderes de opinião não são capazes de equacionar um modelo para de-senvolver e criar riqueza nas agriculturas de Portugal.
Enganados estão aqueles que pensam que a agricultura está na Idade Média. Puro engano. Hoje, em Portugal, existem nichos de mercado altamente competitivos, com grande intervenção tecnológica, com mecanismos altamente sofisticados, com gestão do mais alto nível, com grande potencial exportador.
Produzimos hoje com qualidade e valor acrescentado. Falta-nos escala na produção e consequentemente, nas vertentes do marketing e da distribuição. E é aí que o governo deve investir a sério. Diz Camilo Lourenço: "O governo não devia fazer a apologia do investimento na agricultura." Errado.
O articulista fala de produtos com capacidade de gerarem mais-valias, devido à sua melhor adaptação ao nosso solo e clima, e produtos que não têm essa capacidade, como os cereais. Jaime Silva, ex-ministro da Agricultura, já tinha feito essa selecção. O que é necessário é colocar objectivos e metas, plurianuais e anuais, para a dimensão de cada actividade agro-florestal e para a sua criação de riqueza, traduzindo-as em estratégias e planos de acção.
Curiosamente, Camilo Lourenço aponta os exemplos de empresários agrícolas estrangeiros que estão a ganhar dinheiro em zonas como o Alentejo. E diz que esse exemplo devia ser mostrado aos portugueses. Discordo.
Os empresários agrícolas portugueses estão a fazer um trabalho notável em vários subsectores agrícolas, como os kiwis, a castanha, pêra rocha, uva de mesa, entre outros. Precisam tanto da experiência desses empresários estrangeiros como eles precisam da nossa.
O que precisamos, também, é de um Ministério da Agricultura que cumpra os prazos de tramitação dos processos burocráticos de licenciamento que tutela e sobretudo, do pagamento atempado para financiar os projectos agrícolas. Não precisamos quem nos dê lições de senso comum, mas de quem nos possa apoiar divulgando as estratégias ajustadas, com base no "como se faz", para fazer crescer e desenvolver efectivamente, quer a economia, quer as agriculturas de Portugal.
Engenheiro Agrónomo
Do que a agricultura portuguesa precisa
por José Martino, Publicado em 21 de Março de 2011
Há na agricultura portuguesa produtos que podem gerar mais-valias, por exemplo por encontrarem aqui uma boa adaptação ao clima. Estamos a trabalhar bem o kiwi, a pêra-rocha ou a uva de mesa
Quando a casa ameaça vir abaixo, temos de nos voltar para as coisas simples da vida, regressar ao quintal. Filipe Casaca. |
Um articulista conhecido sobretudo pelas suas opiniões e dissertações sobre a economia vista do ângulo financeiro, resolveu descer à economia real. Devo dizer que, como agente com interesses no negócio da agricultura, fiquei radiante.
O que leva um opinion maker, com coluna em jornais e revistas de prestígio e programa de televisão, a meter os pés e as mãos na terra? Só me ocorre uma resposta: a agricultura está na moda.
Infelizmente, está na moda. Porque, quando a casa ameaça vir abaixo, temos de nos voltar para as coisas mais simples da vida, regressar ao quintal, à terra, back to basics. Pode parecer provinciano, mas é esta a realidade que se nos oferece e se oferece ao país quando os responsáveis políticos e os líderes de opinião não são capazes de equacionar um modelo para desenvolver e criar riqueza nas agriculturas de Portugal.
Enganados estão aqueles que pensam que a agricultura está na Idade Média. Puro engano. Hoje, em Portugal, existem nichos de mercado altamente competitivos, com grande intervenção tecnológica, mecanismos altamente sofisticados, gestão do mais alto nível e grande potencial exportador.
Produzimos hoje com qualidade e valor acrescentado. Falta-nos escala na produção e, consequentemente, nas vertentes do marketing e da distribuição. E é aí que o governo deve investir a sério. Diz Camilo Lourenço: "O governo não devia fazer a apologia do investimento na agricultura." Errado.
O articulista fala de produtos com capacidade de gerar mais--valias, devido à sua melhor adaptação ao nosso solo e clima, e produtos que não têm essa capacidade, como os cereais. Jaime Silva, ex-ministro da Agricultura, já tinha feito essa selecção. O que é necessário é definir objectivos e metas, plurianuais e anuais, para a dimensão de cada actividade agro-florestal e para a sua criação de riqueza, traduzindo-as em estratégias e planos de acção.
Curiosamente, Camilo Lourenço aponta os exemplos de empresários agrícolas estrangeiros que estão a ganhar dinheiro em zonas como o Alentejo. E diz que esse exemplo devia ser mostrado aos portugueses. Discordo.
Os empresários agrícolas portugueses estão a fazer um trabalho notável em vários subsectores agrícolas, como os kiwis, a castanha, a pêra-rocha, a uva de mesa, entre outros. Precisam tanto da experiência desses empresários estrangeiros como eles precisam da nossa.
Do que precisamos também é de um Ministério da Agricultura que cumpra os prazos de tramitação dos processos burocráticos de licenciamento que tutela, e sobretudo de pagamentos atempados para financiar os projectos agrícolas.
Não precisamos de quem nos dê lições de senso comum, mas de quem nos possa apoiar divulgando as estratégias ajustadas, com base no como se faz, para fazer crescer e desenvolver efectivamente, quer a economia, quer as agriculturas de Portugal.
Engenheiro agrónomo
Espaço Visual vê na agricultura uma oportunidade
A Espaço Visual está situada em Entre-os-Rios e tem vista privileiada sobre o rio Douro. |
A empresa consultora agronóma diz que em Portugal o sector agrícola tem condições para crescer.
"O sector da agricultura é considerado deprimido, mas o que as pessoas esquecem é que as oportunidades nos ditos sectores deprimidos são também muito maiores". Quem o diz é o presidente da Espaço Visual, José Martino, que defende, em entrevista ao Diário Económico, que o objectivo da empresa é "é tornar os clientes mais competitivos e dinâmicos na sua área de negócio".
Criada em 1996, a Espaço Visual- Consultores de Engenharia Agronómica é uma empresa cujo objectivo é promover o desenvolvimento rural.
A empresa tem vindo a especializar-se em consultadoria no sector agrícola e agro-industrial apostando em parcerias com entidades de reconhecida competência e projectos inovadores, frisa o gestor.
Por: Elisabete Felismino
22/03/11 00:05
PORTUGAL MUDOU
por José Martino, Publicado em 28 de Março de 2011
José Sócrates apresentou a demissão e vai haver eleições antecipadas. Portugal mudou e é uma boa altura para o futuro governo olhar de modo radicalmente diferente para a agricultura portugesa.
Em 24 horas, Portugal mudou. José Sócrates apresentou o pedido de demissão, o "timing" das eleições antecipadas está agora a ser gerido em Belém, e o PSD, segundo a última sondagem, está à beira da maioria absoluta.
Portugal mudou, portanto. Mas, a Europa, até ver, ainda não ficou comovida por isso. Pedro Passos Coelho mostra tranquilidade e coragem, um "mix" de sucesso garantido nos dias que correm.
A mudança política efectiva faz-se com políticos que tenham coragem e que não governem exclusivamente em função do ar do tempo. Os próximos responsáveis políticos têm de mostrar que conseguem mudar o estado de letargia em que Portugal se encontra, que têm energia e vontade, ideias, equipas capazes e, por último, que se disponham a trabalhar em prol do bem público.
O líder do PSD, depois do inevitável périplo em Bruxelas para falar com alguns dos mais poderosos burocratas europeus, deve descer ao país real. Está aí, no país real, a base do seu futuro êxito e a base da viragem que o País necessita. Mudar de vida, não é Dr. Passos Coelho?
Peço-lhe, por isso, que deixe um sinal claro para os agricultores: não acabe com o Ministério da Agricultura. Mude radicalmente as políticas agrícolas, mas mantenha um ministro com a pasta, sinal da importância do sector.
Acabe com um Ministério da Agricultura que só existe para distribuir dinheiro. Crie um novo ministério que mantenha um diálogo com os agricultores e as suas associações, que tenha uma estratégia clara e coerente.
Acabe com as políticas agrícolas que se esgotam no atirar de dinheiro para cima dos problemas. Adopte soluções que geram riqueza no imediato. Quer alguns exemplos? Aqui vão: o acesso à terra (banco de terras), financiamento dos investimentos e explorações (bancário, garantia mútua, capital risco, etc,) organização do associativismo, reforma do sector cooperativo, modelo estratégico de desenvolvimento agrícola a médio prazo, etc. etc.). Vai ver que não se arrepende...
Engenheiro Agrónomo
A palavra de Cavaco
07-12-2012
Nos últimos dias, estive a vasculhar nos meus arquivos escritos antigos, nomeadamente nos jornais i e "Vida Económica". É sempre bom fazer este exercício retrospectivo, analisar a evolução dos acontecimentos e lançar um juízo crítico sobre aquilo que pensamos num determinado momento e circunstância.
Não resisti a sorrir quando me caíram nas mãos dois artigos que versavam a mesma temática: Cavaco e a agricultura. Em junho de 2011, no jornal i, escrevia sobre o discurso presidencial no Dia de Portugal. "No dia de Portugal, Cavaco Silva falou no interior do país, do interior do país. Um tiro certeiro num problema que tarda em resolver: o da desertificação do interior e do abandono da agricultura".
Na mesma altura, na "Vida Económica", escrevia: "Cavaco Silva não hesitou em colocar a agricultura e o desenvolvimento do interior e do mundo rural no topo da agenda política e entre as prioridades de agenda do próximo Governo".
Mais de um ano depois, o Presidente da República regressa ao tema. No mês passado, numa intervenção pública, Cavaco disse: "O país precisa de ultrapassar estigmas e voltar a olhar para os setores que esqueceu nas últimas décadas: o mar, a agricultura e a indústria".
É curiosa a autocrítica que o próprio Cavaco faz aos anos em que foi primeiro-ministro. Mas o que importa referir é que a palavra do Presidente da República tem uma grande influência e um grande impacto.
Estou convencido que muitos dos que entraram para a agricultura nestes últimos meses foram influenciados pelas palavras presidenciais. Espero que o Governo também continue com os ouvidos bem abertos a estes conselhos.
Da minha parte apenas me posso congratular por ter percebido há muito tempo que o futuro de Portugal estava na agricultura e no regresso à terra. É por isso que não deixo de sorrir, hoje, quando vejo que a nossa classe política acordou para a importância deste sector económico. Mais vale tarde que nunca!
Fonte:
Vida Económica
José Martino engenheiro agrónomo
terça-feira, 4 de dezembro de 2012
Palavras que (ainda) valem
Os dois artigos que abaixo publico neste blogue parecem actuais, mas na realidade foram escritos há quase um ano e meio, o tempo que este Governo leva em funções. Recordo-os, agora, porque há poucos dias o Presidente da República, Cavaco Silva, regressou ao tema, exortando o país a virar-se de novo para a agricultura e, curiosamente, fez uma autocrítica dos seus anos como Primeiro-Ministro ao afirmar que este sector económico tem estado esquecido nas últimas décadas. As palavras valem o que valem, mas as do Presidente valem seguramente muito.
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